domingo, 26 de junho de 2011

Incompreensível

A chuva é fria e desajeitada
como um beijo no rosto e um sorriso enrubescido
Ela abafa o som dos passos apressados em direção às dúvidas
dúvidas essas que o coração palpita e grita em busca das respostas
O vento frio se encontra com a pele quente de adrenalina.
Um choque, dos primeiros.
O caminho é longo e a chuva continua desajeitada,
e ela anda e voa e corre
e por tras dos gritos de seu coração ela distingue a dúvida
que se torna medo e algo mais, que não sabe explicar ainda.
A chuva para, e ela percebe que a desajeitada é ela própria, Oh! pobre chuva...
E ela chega, quente da luta com o vento
a dúvida ainda a segurar sua mão, mostrando firmeza, mas só isso
A conversa, pobre, também se desajeita, e o toque, o beijo
todos se atrapalham, se interrogam...
E a adrenalina que esquenta seu corpo agora
leva o choque frio das palavras gélidas
E a dúvida a abraça agora, alimentada do frio
é dúvida... e tristeza? Ou mera decepção...
Mas as palavras gélidas são seguidas de carinhos frios e sorrisos de gelo.
Raiva, ira
Perguntas agora estão em segundo plano, enroscadas em irritação
lutando para não sair, são perguntas engolidas,
afinal... quem são elas para se fazerem existir?
Ela, desajeitada e trêmula, busca esquentar-se com a adrenalina que ainda lhe sobra
tenta esquentar as palavras frias da dúvida maior
Mas essa não parece consciente, ou não se importa
continuará, então, incompreensível...

Kelly Nery

6 comentários:

  1. Dúvidas que tormentam ou tormentos que geram dúvidas? Or both?

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  2. I'd say both... cada um mais que o outro, e no fim nada faz sentido.

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  3. "perguntas engolidas", nunca proferidas, sei como é, são piores do que ouvir respostas desagradáveis. O fim é sempre assim, gelado, reticente, ... sad!

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  4. Pensei que em forma poética ficaria um pouco diferente da realidade,mas pude ouvir vc desabafando,falando em meu ouvido como realmente aconteceu,amiga foi como um dejavu...
    To num momento bem propicio agora e posso dizer que essas dúvidas são indescretivelmente dolorosas e trazem tanta dificuldade para nosso dia a dia e muita gente sabe como é.. muita gente passa pela situação,amiga.Não tem como nunca viver isso,faz parte de nosso aprendizado,parte do nosso crescimento. Mas não deixa de ser uma fase.To lembrando agora da lagrima em seus olhos qnd mencionou esse poema e puxa vida,sei bem oq é sentir isso...te amo amiga e mesmo q de longe to ai!! mas perto do q imagina. Lindooo lindoo poema!

    DANIELLE ABDIAS TEIXEIRA

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  5. Dúvidas..como são ruins! E ninguém pode nos dar as respostas!!
    Esse texto parece mesmo com vc!
    Como sua amiga tbm disse aí em cima...to aqui pra o q precisar..mesmo q mtas vezes eu não possa sanar suas dúvidas, desabafá-las tbm é bom, ok?!
    Beijos!

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  6. Dúvidas não posso sanar, mas posso ser ouvidos p/ que as despeje sempre que quiser...
    E ler sobre dúvidas agora chega a ser cômico... Estou num momento em que preciso deixá-las... Dúvidas não mais! Preciso é de decisão!
    Lindo texto!

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